Foto Internet, com a devida vénia
No sopé Norte da serra,
firmes raizes lançaste.
E das entranhas da terra,
ao sol da vida, brotaste.
Velhinha, a tua raiz
na bruma dos tempos mora.
Serás o que ninguém diz:
filha dilecta da aurora.
Mais aqui ou mais ali,
ibera, celta, romana,
moura e cristã, sempre em ti
a condição transtagana.
Quando partir é premissa,
filhos perdidos no mundo
vão sabendo que a cortiça
bóia e nunca vai ao fundo.
Foram e vão! Até quando
se ausentam do pátrio lar?
Foram e vão, levantando
a pátria noutro lugar...
Arrancados da raiz,
talvez regressem um dia,
dia que ninguém prediz
nem eu tampouco ousaria...
Filhos que a aurora gerou
e com amor viu nascer...
Filhos que o mundo adoptou
para viver e morrer...
Ah, ditosa pátria amada
que em pranto os filhos afasta...
Quem te quer viva trocada
por uma austera madrasta?
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 13 de Julho de 2013.
Viana*Évora*Portugal
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