terça-feira, 24 de setembro de 2013

39 - DA HUMANA CONDIÇÃO * É quando...


Caos * Foto Internet, com a devida vénia.




É quando a morte chega à Feira das Vaidades
que ganha nitidez a nossa condição.

É quando o sal amarga e queima as veleidades
que a morte nos reduz à nossa dimensão.

É quando a luz do sol, cegando o vaga-lume,
esmaga a pequenez da néscia presunção.

É quando por grasnar chilreio se presume
que uma qualquer lamúria intenta ser canção.

É quando a Lua-cheia incita à tentação
que a noite se revela enleio enamorado.

É quando não há mais varinhas de condão
que o charlatão se quer o príncipe encantado.

É quando já ninguém consegue acreditar
que o verso em armas faz da vida o seu altar.


José-Augusto de Carvalho
14.10.2005
Viana * Évora * Portugal

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