Foto Internet, com a devida vénia.
Um dia, irei parar. O alor do
movimento
sucumbirá às mãos da inércia dos algozes.
E o tempo que foi meu,
sem viço nem alento,
doído, chorará fatais apoteoses.
Não mais o
florescer ao sol da primavera.
Não mais manhãs dourando o pipilar nos
ninhos.
Não mais festões de Abril tecidos nesta espera,
suspensos
colorindo as orlas dos caminhos.
Ah, tempo que sem tempo assim se me
perfila,
à chuva, ao frio, ao sol rasgando a vida em tiras!
Ah, Vida
naufragando em vagas intranquilas,
vestidas só de sal e névoas de
mentiras.
E o tempo que foi meu, já velho, cedo agora.
Que o novo
tempo chegue e cumpra a sua hora!
José-Augusto de
Carvalho
28 de Agosto de 2013.
Viana * Évora * Portugal
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