(Foto Internet com a devida vénia)
Da lonjura dos tempos
provenho.
Que caminhos de hostis tremedais!
Na memória da vida,
retenho
só angústias doendo de mais.
Eram levas e levas, na
noite
que negava a manhã por haver…
Era o silvo assassino do
açoite
encharcado de sangue a correr…
Era o medo a doer na
renúncia.
Era a sombra disforme e difusa
deslizando no chão a
denúncia
da manhã a sangrar na recusa.
Era o tudo nas garras do
nada!
Era um nó na garganta sem voz!
Era a dor da manhã condenada!
Que
fizeram do sonho e de nós?
Era o grito do alor clandestino!
Na
miragem de Abril madrugada,
era o dia brincando menino
sobre os cravos
vermelhos da estrada...
Quando os cravos murcharam no outono,
só as
pétalas mortas no chão
e o menino a doer o abandono
que velava o seu morto
pião...
José-Augusto de Carvalho
Viana*Évora?Portugal
25 de Julho
de 2013