domingo, 22 de setembro de 2013

03 - ESTA LIRA DE MIM!... * Os mistérios do verbo


        

Os mistérios do verbo, imprecisos evolam,
no devir, os sinais --- desencontros e esperas.
Ansiedades de mim que em fogueiras se imolam
e renascem da cinza a florir primaveras.

São gorjeios na noite inventando as auroras,
madrigais irisando aguarelas de rimas!
Versos de alma, talvez, segredando-me as horas
em que vens, devagar, e o feitiço sublimas...

Foi o mar que te trouxe, embalada nas ondas,
polvilhada de espuma e promessas de sal...
E na barca de mim, à deriva e sem sondas,
naufraguei num ilhéu de pimenta e coral.

E os mistérios do verbo, aureolados de espanto,
encontrei-os no enleio em que sou e te canto.


José-Augusto de Carvalho
18-19 de Abril de 2011.
Viana*Évora*Portugal

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