Mostrar mensagens com a etiqueta 26-fragmentos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 26-fragmentos. Mostrar todas as mensagens

sábado, 10 de setembro de 2016

26 - FRAGMENTOS * O elogio de Lavoisier





Na vida nada se cria…


Na vida nada se perde…


Que esperas, transformação?







José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 17 de Abril de 2004.

26 - FRAGMENTOS * Denúncia


Fragmentos

Denúncia






Num gesto de ignomínia consciente,


o todo foi tomado pela parte.


Mentir é indecente!





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 23 de Abril de 2004.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

26 - FRAGMENTOS * Porquê




Nós somos tantos e eles são tão poucos!...

Por que perdemos sempre?



José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 11 de Fevereiro de 2016.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

26 - FRAGMENTOS * As palavras

A magia do movimento


Ninguém é dono das palavras. As palavras constituem apenas um meio de comunicação, são um tipo de linguagem. Ora se as palavras são de toda gente, eu não estou cometendo um delito ou procedendo a uma apropriação indevida quando pronuncio a palavra amor, tal como Camões a pronunciou. É simplesmente um exemplo. Claro que há magia no entretecer das palavras. E essa magia varia de qualidade e de engenho. Ah, como eu gostaria de ter criado esta maravilha: “Ah! minha Dinamene! Assim deixaste / quem não deixara nunca de querer-te!»

Este meu deslumbramento pela magia do entretecer das palavras poderá remeter-me (ou remeter-nos?) para esta interrogação: será que qualquer situação, concreta ou abstracta, vale por si mesma ou, antes, vale mais ou menos, dependendo a valoração do modo como é verbalizada?


José-Augusto de Carvalho
22 de Maio de 2015.
Viana`´Evora*Portugal

segunda-feira, 4 de maio de 2015

26 - FRAGMENTOS * Agostinho Madeira


O saudoso Agostinho Madeira adorava ler. Aos amigos, dizia amiúde: «O livro é um amigo sempre disponível para falar connosco.» 
Dispensava um carinho singular ao pátrio idioma e era exigente no discurso. Quantas vezes, relia esta ou aquela passagem, ora deliciado ora meneando negativamente a cabeça e murmurando: «A coisa não saiu como deveria, que pena!» Também resmungava quando lia uma ou outra palavra em língua estrangeira. «Até parece que o português não tem as palavras adequadas», censurava. Só o velho Latim não lhe merecia reparos. «O Latim é a matriz», reconhecia.

Dispensava uma atenta e curiosa atenção aos livros de viagens, não pelas aventuras, mas pelas descrições de lugares e suas gentes. Era um viajante sem sair da sua terra. Ausentar-se era um sacrifício. Poucas vezes saía, mas quanto tinha de ser, lá ia. Tratava do indispensável e sempre ansioso por regressar. Dizia com frequência: «Na nossa terra, até as pedras da calçada nos conhecem».

Falava com desgosto dos emigrantes: «Que sina terem de ir ganhar o pão de cada dia em terra estranha! Não é justo!»

Até com os vizinhos espanhóis era sempre muito atencioso. E justificava: «Devem ser acarinhados, pois têm dificuldade em fazer-se entender e em entender-nos.» E concluía sabiamente: «É uma grande verdade que temos de ser uns para os outros.»

A sua cidade era Évora. Lá fizera a instrução primária, devido a exigências familiares; e, pelo mesmo motivo, frequentara o Liceu Camões, em Lisboa, mas a capital do país não o prendera. O torrão natal e Évora eram a sua paixão, por esta ordem.

Formado pelos ideais da res publica, era um democrata. Sempre relembrava: «Os homens são todos iguais em deveres e direitos. Ricos, remediados e pobres, todos nascem sem camisa.»

Quando era questionado sobre a desigualdade manifesta que sempre provoca a existência de ricos, remediados e pobres, meneava afirmativamente a cabeça e reconhecia: «Pois é, ainda não chegámos lá a esse patamar, mas chegaremos.» E logo acrescentava, com convicção: «O Homem ou tem por objectivo a perfeição humana ou é um caso perdido.»

*
José-Augusto de Carvalho
Escrito há anos, em data incerta.
Viana*Évora*Portugal

terça-feira, 7 de abril de 2015

26 - FRAGMENTOS * Interrogação





Será querer de mais o sol da Primavera

e, azul, a flor que herdou de Maio o nome – maio?




José-Augusto de Carvalho
7 de Abril de 2015.
Viana * Évora * Portugal

26 - FRAGMENTOS * Angústia




Partiram todos. Frios.

Que cais me coube em sorte,

que apenas tem partidas!




José-Augusto de Carvalho
7 de Abril de 2015.
Viana*Évora*Portugal