Casimiro de Abreu
Capivary, 4 de janeiro de 1839.
Nova
Friburgo, 18 de outubro de 1860.
*
Se eu tenho de morrer na flor dos
anos,
meu Deus, não seja já!
***
Censura
Senhor, não me
deixaste
morrer na flor dos anos...
...e assim me condenaste
à sanha
dos tiranos!
Os ombros me vergaste
com o peso dos danos...
...e
assim me abandonaste,
sem fé, aos desenganos!
Quando o barro
moldaste,
os meus sonhos criaste
divinos e profanos.
Uniste a flor
à haste
que depois desfolhaste
com a ira dos humanos.
José-Augusto
de Carvalho
(In «vivo e desnudo», Editorial Escritor, Lisboa, 1996)
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