domingo, 22 de setembro de 2013

15 - Canto rebelado * O verbo incómodo

Foto Internet, com a devida vénia.


As vítimas do tempo e o temos dos algozes.
Incómodo é, no tempo, o tempo em desafio.
Em cada pôr de sol, cinzento, insone e frio,
deslumbram-se, a sangrar, brutais apoteoses.

O tempo que se quer, no verbo o seu agir.
Eu sou, tu és, ele é, nós somos o sujeito.
O medo arranca, a frio, o coração do peito
e o corpo inerme cai, doendo, a sucumbir.

O tempo convenção, exacto e por medida.
O tudo e o nada, o perto e o longe, aquém e além.
O amor e a dor, a paz e a guerra, o mal e o bem.
No cativeiro jaz a terra prometida.

O tempo já cumprido e o tempo por cumprir.
Sem Judas nem Cains, o sonho a resistir.


José-Augusto de Carvalho
4 de Junho de 1997.

Viana*Évora*Portugal

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