sábado, 21 de setembro de 2013

16 - Na Estrada de Damasco * Fardo

Caim matando Abel. * Foto Internet, com a devida vénia.



Carrego a minha dívida de mim,
cumprindo a pena imposta até ao fim.

Da treva ou do mistério donde vim
à treva ou ao mistério que me espera,
espaço e tempo -- a sombra de Caim,
intemporal, persiste e dilacera...

E tudo é feio e gélido e ruim.
O inútil acontece e desespera.
Morreram os canteiros no jardim,
em maldição estéril e severa.

Que espírito ou desígnio de Eloim,
por sobre os ares paira e o sonho gera?
O sonho ensanguentado de Caim,
que nem remorso ou prece regenera...


José-Augusto de Carvalho
7 de Julho de 1995.

Moita (B.B.)*Setúbal* Portugal 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.