Dórdio Gomes, Pintor
alentejano
Foto Internet, com a devida vénia
Artífice do verbo, eu ouso os horizontes
que
invento ou adivinho além dos descampados.
Por ferramentas, tenho as foices e
os arados;
por lar, a solidão que há muito assombra os montes.
Com
minhas mãos, desnudo os dias por haver.
E, por amor, a minha faina não me
cansa.
E raiam, a florir, as modas da esperança:
«Meu lírio roxo, quem te
pudera colher!»
E falo deste pão que amasso, pão suado.
E das
açordas de alho e peixe da ribeira.
Eu falo do que sei e sinto e quem me
queira
terá de ter-me assim --- o verbo conjugado.
Não sei falar
do encanto e brilho das estrelas,
mas quando Maio vem, eu sei como
colhê-las!
José-Augusto de Carvalho
19 de Dezembro de
2011.
Viana * Évora * Portugal
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