Mitigo na palavra a minha sede.
A sede de saber mais do que sei.
Até o que se escreve na parede,
quando, a desoras, dorme a iníqua lei.
A sede das manhãs que livres rompem
as névoas das censuras e do medo
e afronta as vergastadas que corrompem
a primavera e matam em segredo.
A sede do amanhã que se mitiga
nos versos insubmissos da cantiga
que rasgam os silêncios clandestinos.
A sede da semente a germinar,
que quer ganhar raízes e brotar
além do chão alturas e destinos.
José-Augusto de Carvalho
21 de Dezembro de 2011.
Viana * Évora * Portugal
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