Rodin - Foto Internet, com a devida vénia.
Na berma do caminho, só penares.
A pouco e pouco, vão morrendo as flores.
Não tenho mais girândolas de cores
nem mais o olor se evola pelos ares…
As horas me torturam nos vagares,
querendo infernizar as minhas dores.
E eu cedo, resignado, aos seus furores,
bebendo o fel salgado dos seus mares.
Perdido quanto amava, que me importa
que a noite escura apague o sol e a lua
e o nada bata instante à minha porta?
Agora, arrasto, só, de rua em rua,
o frio que, cortante, inda me exorta,
que em lágrimas lhe dê minh’alma nua…
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 5 de Agosto de 2011.
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