Foto Internet, com a devida vénia.
Os longes da memória, o tempo e
o modo
renascem, inventados, água e lodo...
Rasgando a treva, a chama de
um farol,
por montes, vales, plainos, surge o trilho...
O múrmuro trinar
do rouxinol
poisou no choro brando do teu filho.
E de montante, o rio
rumoreja,
espreguiçando a doce melodia.
P'los campos, o olivedo que
esbraceja
candeia que há-de ser já anuncia...
Na calma santa e mítica de
luz,
a vida sonha e quer-se imaginário...
O tudo e o nada, o todo se
reduz
ao berço do infinito planetário...
José-Augusto de Carvalho
(In "tempos do verbo", Lisboa,
1990)
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