Foto Internet, com a devida vénia
Revisito a ternura a doer na lembrança.
Tremeluz neste anelo um soluço criança.
A memória percebe a mensagem cifrada:
o impossível regresso ao regaço perdido.
Não há chama que acenda um pavio consumido
nem há eco da voz para sempre calada.
Há apenas a dor a ferir a lembrança.
E uma lágrima sulca impiedosa o meu rosto.
Do que fui, só restou, na saudade, o desgosto
de não mais, nunca mais!, ser de novo criança.
E pergunto o porquê, que só lágrimas gera.
E ninguém me responde! E ninguém dá por mim!
E o meu grito se esvai em angústias de fim,
sufocado a sonhar-se outra vez primavera…
José-Augusto de Carvalho
31 de Janeiro de 2011.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.