quarta-feira, 18 de março de 2015

16 - NA ESTRADA DE DAMASCO * Desafio





Senhor, aqui me tens inerme e subjugado,

sem coração nem paz, nem alma --- despojado.



Quiseste sempre em mim a angústia macerada

do cálice de fel do barro em provação.

Não sei que mal te fiz. A tua mão pesada

esmaga-me e retarda a transfiguração.



Hesitas decidir (?) e a massa informe espera.

Que irá a tua mão austera modelar?

Se for um vegetal, quisera ser uma hera…

…para no meu amor p’ra sempre me enlaçar.



Enorme o teu poder. Limite não lhe enxergo…

Mas faças o que for, depois do teu fazer,

é minha a decisão. E doa o que doer,

garanto que a nenhum poder me rendo ou vergo.





José-Augusto de Carvalho
18 de Março de 2002.
Viana * Évora * Portugal

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.