quarta-feira, 11 de março de 2015

25 - LIVRO TEMPO DE SORTILÉGIO * Prece









Um sopro, um sopro só, sagrado, Poesia!

Um raio, um raio só, de luz e meio-dia!



O verbo a rescender, lavrado em doces rimas.

O céu a derramar azuis aveludados.

Nas pétalas da flor matizes deslumbrados.

No altar da Vida a fé onde hoje me redimas.



No murmuro trovar das tuas fontes frias

a sede da canção que a minha voz ensaia.

No longe deste cais, a naufragar na praia

de areias de cetim doirando o mel dos dias.



Aqui, no canto ausente, a tua sinfonia

no amor dos rouxinóis que as noites incendeia.

Consente que a minha alma intua a melopeia

dum sopro, um sopro só de ti, oh Poesia!





José-Augusto de Carvalho
5 de Novembro de 2003.
Várzea, São Pedro do Sul

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