segunda-feira, 9 de março de 2015

05 - IN MEMORIAM * Brasil






Eu soube do Brasil na minha meninice,

aqui, no meu torrão de angústias e de esperas.

A minha tia-avó, no olor das primaveras,

buscara longe o sol que vivo lhe sorrisse…




Levou só orfandade e pranto por bagagem,

Que mais, madrasta, a pátria amada lhe negou.

Menina e luto em mar de medo e de coragem,

a pátria prometida um dia desposou.




E tão constante foi, menina, o seu amor,

que, pura, deu à terra amada quanto tinha.

Há quanto tempo foi? Seja o tempo que for!




Há sangue brasileiro ainda igual ao meu,

sofrendo uma saudade ainda igual à minha

de um tempo que no tempo há muito se perdeu







José-Augusto de Carvalho
Março de 2004
Viana*Évora*Portugal

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