segunda-feira, 28 de outubro de 2013

15 - CANTO REBELADO * A recusa





Recuso ser, na noite, a sombra que desenha

a angústia indefinida e fria deste cais.

O que tiver de vir, se mais houver, que venha,

Mostrengo, Adamastor e Fim do Nunca Mais!



O leme se quebrou. Ao vento, as rotas velas

ensaiam os sinais das barcas à deriva.

Que velhas perdições?! Na consciência delas,

assombram predições doendo em carne viva.



Que venham os pinhais gritar o desafio

do tempo por haver que acena o amanhecer

além deste torpor indefinido e frio!



Que venha a tentação sortílega tecer,

com arte e com engenho, o já lendário fio

da espera que germina um novo acontecer!...




José-Augusto de Carvalho
20 de Abril de 2010
Viana*Évora*Portugal

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