sábado, 26 de outubro de 2013

10 - CANTO REVELADO * Revelação



A dúvida foi sempre o meu escudo.

A dúvida de ser e perceber.

Com nuvens prenhes de água não me iludo,

por não poder chegar-lhes e beber.



E quando a chuva cai a prometer

o fim da tentação, eu testo tudo,

na dúvida constante de saber

se comprovado está ou se me iludo.



Minh’alma sempre à dúvida se deve,

numa ânsia angustiada de manhã!

Os sonhos de infinito em que se atreve

quer livres da serpente e da maçã!



No Céu há tanta estrela a lucilar

sorrindo da inconstância do luar!




José-Augusto de Carvalho
12 de Julho de 2002.
Viana*Évora*Portugal

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.