Hoje, um manto de nuvens cinzentas
anuncia o dilúvio aos gentios.
E sem barca, ai de nós!, que tormentas
no devir de fatais desvarios!...
E de pombas, no céu, nem sinal!
É de sombras a noite que cai!
Que profano juizo final
tão distante do Monte Sinai?
E esta fé, o que faço com ela,
se a distância que mal adivinho
das cortinas da minha janela
só de nada atapeta o caminho?
Do delírio dos cravos em festa,
o que resta? O que resta? O que resta?
José-Augusto de Carvalho
4 de Junho de 2008.
Viana * Évora * Portugal
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