sábado, 19 de dezembro de 2015

31 - NAS ÁGUAS DO NOSSO ODIANA * Que Natal tão frio!








Que tentação assombra o meu caminho

e quer de fel o resto da jornada.

Vivi o meu quinhão de vida alada,

Hoje não me embriago nem com vinho.



Perdi o quanto tive de riqueza.

Riqueza pura, de alma e de fascínio.

Agora, triste e só, vivo o declínio

que mata a presa velha e sem defesa.



O forte mata o fraco, determina

a lei desde o princípio natural.

Nem neste tempo doce de natal

vejo, no sapatinho, a mão divina.



Prosaico vem o tempo, frio, frio,

e sempre tão ausente, tão vazio!...





José-Augusto de Carvalho

Alentejo, 19 de Dezembro de 2015.



Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.