terça-feira, 22 de dezembro de 2015

31 - NAS ÁGUAS DO NOSSO ODIANA * Miragem estival...



(...ou a nostalgia do perdido Al-Andaluz)





Ah, meu amor, que bem me sabe o teu dulçor,

idílico sabor silvestre de medronho!

Que mágico elixir dos deuses e do sonho

da tua boca eu sorvo em êxtases de amor!



Minh’alba a mergulhar no nosso amado Odiana,

desnuda e pura ousando abraços de ternura,

vem descansar depois nos braços da tontura

que estendo para ti na sombra transtagana.



Eu tenho para dar-te açorda de poejos

e peixe que pesquei enquanto tu dormias

e à sobremesa o ardor de beijos, muitos beijos…



Terás, ao fim da tarde, o incêndio do sol posto

e enleios de abandono afogueando o teu rosto

sonhados quando dada em mim adormecias.



José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 21 de Dezembro de 2015.


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