quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

13 - NA PALAVRA É QUE VOU... * Os arrependidos


É-me sempre penoso ouvir ou ler os arrependidos.

Tenho o desprazer de conhecer alguns. Quem não os conhece, afinal? Destilam ódio quando falam ou escrevem, ódio de si mesmos, pois falam de um passado que assumidamente viveram. Obstinadamente, denigrem as causas que abraçaram e de que se afastaram ou de que foram afastados.

Comprazem-se em relatar episódios ou situações, mas sempre em condições de não poderem ser contraditados. Falam dos outros, esquecendo que ao tempo eram parte integrante desses outros, obviamente com as mesmas responsabilidades. E a denúncia não os absolve, se é que carece de absolvição o que dizem e/ou escrevem, desde que conforme com a veracidade e o rigor.

Claro que a praga dos arrependidos é de sempre. Como é de sempre o apetite conveniente por ouvi-los ou lê-los.

Outrossim é claro que grassa por aí um jornalismo que divulga ou dá voz aos arrependidos sem buscar a elementar comprovação do que permite seja propalado. E assim é conivente no lodaçal da delação.

É que a questão não passa pela denúncia. Passa sempre, evidentemente, pela queixa formal a quem de direito. Para tanto, bastará, ao que suponho saber, uma carta à Provedoria Geral da República ou à Polícia Judiciária. São estas Entidades Oficiais da República que averiguam as iniquidades e depois as remetem a Juízo.

Vivemos, desde a vitoriosa Revolução dos Cravos, num Estado de Direito.

Até sempre!

José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 10 de Agosto de 2012.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.