segunda-feira, 6 de junho de 2016

25 - LIVRO TEMPO DE SORTILÉGIO * Na tontura azul...






Trouxeste a luz no cintilar do nome.

Do chão que piso, deslumbrado olhei-te!

Verdade ou sonho, neste meu deleite

eu dou-me à luz para que a luz me tome.



Iluminado, que na luz eu arda

em lavaredas de letal delírio!

Que importa arder se for o meu martírio,

na Vida, a bênção que no fim me guarda?



Serei na Vida quanto a Vida quer,

até que um sopro, um sopro só me reste

da minha angústia de alma e sonho a Sul.



Depois do fim, se outro princípio houver,

serei, contigo, o lucilar celeste

no além da cósmica tontura azul!





José-Augusto de Carvalho
Al-Ândalus, 5 de Junho de 2016.

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