sexta-feira, 20 de maio de 2016

02 - TEMPO DE SORTILÉGIO * Escuta-me, meu amor!





Não tenho para dar-te opalas e rubis

nem horas de lazer em barcos de recreio.

Não tenho para ti palácios em Paris

nem te prometo em Punta Arenas veraneio.



Não tenho nem suor nem sangue nem troféus

de saques e festins de lucros e de esbulhos.

Não tenho noite adentro acesos lumaréus

afugentando a treva, as sombras e os barulhos.



Só tenho o campo aberto ao sol do meio-dia

e as noites de luar ornadas de marfim

ouvindo os rouxinóis cantar a melodia

que trouxe no princípio a voz dum querubim.



É pouco o que te dou --- a dádiva do dia

e a noite para amar nos braços da Poesia?





José-Augusto de Carvalho

Alentejo, 19 de Maio de 2016.



1 comentário:

  1. Os mitos sobre o q a Mulher deseja constroem a 1 parte do poema. Fora esse distanciamento pessoal, entendendo como possiveis metaforas, a forca real q dtem na sociedade W, e + forte. No co junto um belo poema lirico na linha do romantismo. Bj

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