quarta-feira, 8 de abril de 2015

21 - DO MAR E DE NÓS - II * O velho lenho






Do vento que enfunou as níveas velas

das velhas caravelas de Quinhentos

só resta o Fado triste das vielas 

vestido de saudades e lamentos.




Poetas loucos há, de Norte a Sul,

buscando no sabor da maresia,

com Sá-Carneiro, um pouco mais de azul

no céu da decadência amarga e fria.




Na minha voz ecoam outras vozes,

as vozes que eu herdei e que mantenho

perenes de manhãs de apoteoses.




Memória do que foi o velho lenho,

nas asas haverá dos albatrozes

ou viva no palor de algum desenho...





José-Augusto de Carvalho
13 de Janeiro de 2007.
Viana * Évora * Portugal

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