quinta-feira, 16 de abril de 2015

30 - ...E CONTIGO MORRI NESSE DIA * Silêncio






Cansado, calo a lira, calo o canto.

O abraço do silêncio me resguarda.

Quando eu morrer, e a morte já me tarda,

não quero nem exéquias e nem pranto.



Apenas o silêncio que é devido

nas horas em que a vida desce ao nada.

Depois, ora, depois, virá o olvido,

que a vida continua a caminhada.



Cantar, há mais quem cante, neste mundo.

Mais um ou menos um, na cantoria,

que diferença faz a quem escuta?



Irei sondar o pélago profundo,

este fascínio a mar e maresia

que há séculos a minha pátria enluta.





José-Augusto de Carvalho
15 de Abril de 2015.
Viana*Évora*Portugal




Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.