sexta-feira, 17 de abril de 2015

11 - O MEU RIMANCEIRO * O petulante


(QUE VIVA O CORDEL!)








Do pouco que aprendeu à martelada,

tudo esqueceu. Ficou-lhe a petulância, 

que rega no jardim da ignorância

se está de folga a bênção da chuvada.



Persegue, em vão, as graças requintadas

do estilo polvilhado de elegância.

Vive a vulgaridade da jactância,

ornada, aqui e ali, de calinadas.



A pobre língua infausto fado tem!

É pontapé que ferve, coice em barda!

Quem salva do desterro esta refém?



Surpreso e já irado o povo aguarda

e clama: por aí há ou não quem

lhe ponha nos costados uma albarda?





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 9 de Setembro de 1958.
Revisto em Alentejo, 17 de Abril de 2015.

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