domingo, 5 de junho de 2022

03 - ESTA LIRA DE MIM!... * As ruínas



ESTA LIRA DE MIM!...

*
As ruínas




Parado, vejo o Temp(l)o nas ruínas...
Que nada mais restou do que ruínas.

Incólume, um degrau me desafia
aos êxtases do sonho prometido,
como se houvesse ainda a escadaria
de acesso ao paraíso destruído...

Num instintivo gesto de defesa,
desvio o meu olhar da tentação.
E rumo aos horizontes de incerteza,
que há muito herdei do meu amado chão.

Sem forças p´ra lutar, que congeminas,
agora, quando tudo está perdido?
Restaram-te os assombros das ruínas...
E o que restou, agora, faz sentido!



José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 6 de Junho de 2022.






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