quarta-feira, 3 de maio de 2017

11 - O MEU RIMANCEIRO * Dos aforismos


(QUE VIVA O CORDEL!)










Pela boca morre o peixe

diz o saber popular…

Assim, que ninguém se queixe

se ousa o que não deve ousar…



Palavras leva-as o vento?

Quem o disse mal supunha,

elas resistem ao vento

quando alguém as testemunha.



Palavras são argumento,

quantas vezes são arpão

que crava o ressentimento

ou que empunha a delação…



Quando alguém se junta ao coro

que a falta de senso instala,

lesa o silêncio que é de ouro,

que é de ouro e que também fala.



Sigo o saber popular.

Às vezes, quero-me mudo,

que é mais saudável calar

quando o calado diz tudo.





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 3 de Maio de 2017.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.