quinta-feira, 18 de maio de 2017

03 - ESTA LIRA DE MIM!... * Nos silêncios nocturnos



Esta lira de mim!...

Nos silêncios nocturnos





Sob as vestes tão gastas, no fio,

tu sabias o tempo que tinhas.

Era pouco, mas não te detinhas

nem temias o abraço do frio.



Baloiçavam sinistros sincelos

nos silêncios nocturnos parados.

Brancos, brancos, no frio nevados

os perfis de tomados castelos.



Entre inúteis despojos caminhas.

E nenhum por teus pés é pisado.

Passo a passo, dobrado o cuidado,

entre lágrimas, tudo acarinhas.



Todos falam de ti no abandono

do letárgico sono do Outono.





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 18 de Maio de 2017.

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