domingo, 21 de maio de 2017

10 - CANTO REVELADO * O Manifesto do Homem






Eu nunca quis a paz do medo e das afrontas.

Nem caridade eu quero ou quis por alimento.

Eu quero e sempre quis que me prestasses contas

pelas manhãs por ti vestidas de cinzento.



Não quis nem quero ser a fome que aborrece

a mesa do teu lar --- arfante de iguarias…

Não quis nem quero ser a renúncia que tece,

prostrada, a contrição das noites e dos dias.



É tempo de ir além do medo do teu leito, 

mofando-te num caos de insónias e pavores

em gargalhadas de fatal assombração…



É tempo, neste chão, de facto e de direito,

tu seres como eu sou, eu ser como tu fores,

do berço do principio ao termo do caixão.





José-Augusto de Carvalho
Alentejo,

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