terça-feira, 15 de março de 2016

33 - NÓS POESIA * Se...



Se...


Se tu chorares, quero ser o lenço

que enxugue as tuas lágrimas de sal...

Se me deixares, eu serei o incenso

ardendo em teu sagrado ritual...



Se uma palavra tua tu me deres,

dela farei a lei definitiva...

Se tu disseres não, que não me queres,

barca serei, nos mares à deriva...



Se o teu olhar descer em mim, amor,

mitigarás a dor da minha fome...

Se o meu olhar cegar no teu fulgor,

bendita seja a flor que há no teu nome...



Se fores, num poema, o meu delírio,

me deixa arder por ti, silente círio...



José-Augusto de Carvalho
Lisboa, Portugal




Se...



Se uma lágrima cair em uma taça de vinho

Ela se tingirá de vermelho ou dele fará sal

Se minha lágrima cair em uma taça de vinho

Vai sumir na cor e morrer no sabor celestial



Se uma palavra cair da boca contra o vento

Ela se fará brisa ou cantará na sua voz

Se minha palavra cair da boca contra o vento

Vai sumir no ar, morrer no seu canto veloz



Se um olhar cair da pálpebra em fundo lago

Ele será reflexo ou se verá firmamento

Se meu olhar cair da pálpebra em fundo lago

Vai sumir no reflexo ou morrer ao relento



Mas se um poema cair de mim na fantasia

Vai sumir em ti, em busca da poesia




Lizete Abrahão
Porto Alegre
Rio Grande do Sul
Brasil

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.