segunda-feira, 21 de março de 2016

29 - ACÇÃO CÍVICA E LITERÁRIA * AGEI



Vôo independente

Poemas, contos e crónicas



Apresentação



José-Augusto de Carvalho

(Poeta do Alentejo)


A PRIMEIRA ANTOLOGIA DA AGEI


AGEI – causas e feitos

A Associação Gaúcha dos Escritores Independentes é uma necessidade da criação literária e do estudo empenhado e sustentado da sua problemática.
Hoje como ontem, quem escreve está sujeito às leis do mercado que levam até ao público leitor os textos dos prosadores e dos poetas.
As orientações editoriais, quando dependentes de perspectivas comerciais, onde o primado do lucro é determinante, relevam, quando anulam ou minimizam, o risco do prejuízo económico. É o tempo dos consagrados que se louva; mas é também o tempo de outros textos que valem pelo êxito fácil e que nada devem à arte do verbo. E, aqui, a Literatura sofre.
A AGEI surge como um grito de alerta e situando-se livre e independente dessas regras comerciais. Não rivaliza com ninguém. Dá voz aos autores que as editoras rejeitam por não garantirem, a priori, um êxito comercial. E com esta posição de assumida independência e de ruptura com as perspectivas comerciais, a AGEI pretende obter o livro-arte, em oposição ao livro-produto. E não será de atender, numa perspectiva de futuro, a curto ou médio prazo, o interesse do circuito comercial pelos autores agora rejeitados? Evidentemente que sim. E quando tal suceder, a AGEI merecerá o reconhecimento do seu projecto de amor pelo livro feito arte.


AGEI – a primeira antologia

A primeira antologia que a AGEI decide publicar creio bem ser um manifesto. E um manifesto livre. Em cada texto antologiado surge um autor rasgando um caminho, porventura indiferente aos padrões que alguém ousou definir, como se em arte, seja qual seja, houvesse outro padrão que não o da liberdade. A nós leitores nos é concedida a hora de uma descoberta. Descubramos pois como se inicia uma caminhada, esta com a aliciante de sabermos como começa e de não imaginarmos sequer como termina. Nós amaríamos que não terminasse, pois uma obra acabada é peça de museu, deixou de palpitar e de sonhar vida mais e mais.


AGEI – os antologiados

Numa antologia, não será de salientar este ou aquele antologiado. A antologia é como um arco-íris. E sendo um conjunto de tons, que cada um dos leitores se deslumbre com o tom ou os tons que mais preferir. Que escolha livremente e mergulhe quiçá na descoberta de outros tons que supunha não apreciar tanto e que, assim bem vistos de perto, afinal têm tanta beleza quanto os já definidos como preferidos. A palavra-arte é uma descoberta. Todos nos enriquecemos com a diversidade do discurso, da recuperação mágica da palavra banalizada pelo quotidiano, pela carga das emoções que tantas vezes nos abrem as portas de outros mundos. E nesta obra nos é apresentada a pluralidade verbal na singularidade do género literário. Perder a oportunidade de conhecer outras perspectivas de amar, de sofrer, de querer, de sonhar, de ir mais além… é recusar um horizonte prenhe de promessas aliciantes.


AGEI – a oportunidade desta antologia

Terminemos este nosso texto afirmando que é de todos os momentos a oportunidade de dar á luz a palavra-arte. Recusemos sempre e para sempre o bafio da gaveta onde, quantas vezes?, se perdem grandezas e magias. Só à luz da claridade se perceberão todos os contornos da beleza.
Vamos ler?



Viana do Alentejo, Portugal
3 de Outubro de 2002.

*
A Antologia foi lançada em Novembro de 2002, na Feira do Livro de Porto Alegre, cidade brasileira capital do Estado do Rio Grande do Sul.
Respeitei integralmente a edição em livro, da responsabilidade da AGEI.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.