quinta-feira, 17 de setembro de 2015

13 - NA PALAVRA É QUE VOU... * Na esteira do Barão de Itararé (1)




Na esteira do Barão de Itararé (1)

«Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo», aviso incontornável do Barão de Itararé. Esta pérola caiu-me do céu, em queda livre, pela mão generosa do meu querido Amigo Professor Doutor José Augusto Carvalho, cidadão brasileiro de ascendência lusa.

Em qualquer tempo é bem-vinda uma pérola da inteligência, provinda do céu ou de outro lado qualquer. Mais bem-vinda será se vier quando estamos sitiados pela negação de um círculo de pedras e na iminência do martírio bíblico do apedrejamento. Grave, grave é saber que não se tem poder para re-dizer, e cito de cor, a miraculosa admoestação: quem tiver a consciência limpa que atire a primeira pedra.

Quem anda na vida de cabeça levantada não teme as pedradas. Por muito que elas firam e doam, não atingem o alvo que pretendem --- a humilhação.

Quem anda na vida respeitando-se e respeitando os seus semelhantes, não teme porque nada deve.

Nestes caminhos da vida, onde abundam as encruzilhadas e as emboscadas, convirá, como muito bem avisa o Barão de Itararé, conhecer os demais viandantes e decidir quais deles têm merecimento para companheiros de jornada. É que «nem todo o mato é (de) orégãos», como alerta o aforismo tão corrente aqui no meu muito amado Alentejo.

É da humana condição a defesa do que se entende ser a nossa verdade. Nem que para tanto se dê o peito às balas. Será um sacrifício menor por uma causa maior; mas já não é sacrifico nenhum dar o peito sabendo que não há balas. Donde é fácil concluir que vai uma distância de anos luz entre o sacrifício e a jactância.

Estas e outras verdades do nosso dia-a-dia são do conhecimento de todos. Aqui as trago para avivar a memória dos distraídos, até porque nunca tive a ousadia de ser professor seja de que matéria for; se para mim não sei eu, como poderia ter o que ensinar? Apenas dialogo e dialogando questiono-me e questiono os meus interlocutores... porque só todos juntos sabemos tudo.

Bem-hajam os que estão na vida para construir a Vida, desinteressadamente, como convém.

Até sempre!
Gabriel de Fochem
Alentejo, 17 de Setembro de 2015.

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