segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

16 - NA ESTRADA DE DAMASCO * Com Florbela...



(NA ESTRADA DE DAMASCO)
.

Com Florbela…







Sou um traço de união

a ligar o chão que piso

à lonjura de evasão

do impossível impreciso. 



Amassado o barro vil,

pó cozido ao sol do estio,

quando o céu azul de anil

mais adensa o meu vazio.



Foi inútil a procura

que tentei além de mim.

Sou princípio da urdidura,

da urdidura serei fim.



E seguindo a tua estrada,

sou também «pó, cinza e nada».





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 3 de Dezembro de 2017.

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