quarta-feira, 12 de julho de 2017

37 - DO BAÚ DO ESQUECIMENTO * A Poesia é...

Do Baú do Esquecimento

Março de 2002

*

-- A Poesia é… --

Maria da Graça Almeida
José-Augusto de Carvalho


A magia da palavra
é o camponês que lavra
A lágrima extravasada
sonha a massa levedada
O torpor de uma paixão
é o milagre do pão

A queixa procedente
é a razão da gente
É o pranto expressivo
do pássaro cativo
Prova exata do perdão
é o fim desta prisão
A espinha latejante
é o Sísifo cansado
grito rouco, alarmante,
desespero sufocado
diretriz da opinião
o verbo feito razão
é o riso incandescente
celeste e iridescente
é a nota da candura
que há em ti minha alma pura
na verdade da oração
do teu doce coração

é um drinque diferente
é o néctar dos eleitos
uma dose de ternura
a brincar nos nossos peitos
numa gota de ilusão
que é a nossa condição
de poesia e paixão

Perdão, Maria da Graça!
Esta asa inepta que voa
e nos teus versos destoa

é só uma pobre traça

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