terça-feira, 11 de abril de 2017

30 - ...E CONTIGO EU MORRI NESSE DIA * Ansiedade





Nos meus olhos, um mar de lágrimas paradas. 

Um espelho perdido espera e desespera 

reflectir as manhãs de ti alvoroçadas 

no perfume e na cor --- idílio e primavera. 



Nos azuis deste céu infinito me perco. 

E eu não posso ou não sei decifrar os sinais. 

Que caminhos de ti? De todos que me acerco, 

uma estrela me diz não ser nestes que vais. 



É tão grande este Céu! É tão longe onde moras! 

E eu aqui, neste chão, à espera do fim. 

O relógio desfia o rosário das horas, 

decrescente a contar rumo ao zero de mim. 



Sinto sono ou torpor? Já nem sei definir… 

Finalmente, serão já horas de dormir? 







José-Augusto de Carvalho 
Alentejo, 20 de Março de 2017. 

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