CANTO REVELADO
Apelo
Amor, eu dei-te tudo quanto tinha:o céu azul, o sol do mês de Agosto,
em tempo de sazão dourando a vinha,
silvestre o néctar no dulçor do mosto...
Amor, eu dei-te o longe das planuras
aonde Terra e Céu se fundem nus,
num êxtase de sonho e de tonturas
dulcificadas --- cósmico de luz...
Amor, eu dei-te o sol na tremulina
que num delíquio lânguido se entrega,
buscando em teu regaço de menina
o bálsamo que sara e me sossega
a chaga há tanto aberta no meu peito
exangue e roxo --- já quase desfeito.
José-Augusto de CarvalhoPortimão, 14 Setembro de de 2020.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.