domingo, 2 de setembro de 2018

25 - LIVRO TEMPO DE SORTILÉGIO * Confissão


NA ESTRADA DE DAMASCO

.

Confissão 






Confesso que não sei,
assim, na praça pública e desnudo.
e sem recurso à lei
que impõe saber de mim o nada e o tudo.


Não sei por que reclamo o sol do estio,
as chuvas outonais,
as neves da invernia - céus, que frio
doendo-me de mais!


E o sol da primavera
beijando cada ninho em construção
enquanto o Tempo espera
o parto, em oração.


E quando cada espiga me mitiga
a fome só de vê-la,
escrevo uma cantiga
no lucilar ardente duma estrela.






José-Augusto de Carvalho
14 de Junho de 2011
Alentejo * Portugal

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.