terça-feira, 31 de janeiro de 2017

13 - NA PALAVRA É QUE VOU... * Carta de longe (1)


Amigo, de longe escrevo estas linhas.

Chegaram-me as suas notícias e só acredito no que li porque o meu Amigo as subscreveu. Eu sei que todo o tempo é composto de mudanças. Quem o não sabe?

Comecemos pelos jovens. Naquele tempo, eram protegidos e acarinhados. Eram o Futuro e o Futuro prepara-se. Sabíamos que a impetuosidade e a inexperiência não eram atavios apropriados. Ser arguto e experimentado aprende-se. Todo o mestre começou por ser aprendiz; e aprendiz que se preze irá além do mestre. E assim é porque o saber não é uma rotina mas um processo de progressão sustentada.

Diz-me o Amigo que houve alterações e que os jovens corrigirão os erros enquanto progridem. Não conhecia estas novas artes da progressão. E, deixe-me dizer-lhe, não creio que se haja mudado para melhor. E por aqui me fico. Mais tarde, me dirá. Mais tarde, quando for o tempo da safra; agora, é o tempo da sementeira.

Quanto à empresa, recordo-lhe que semear ilusões é diferente de semear a esperança. Da primeira sementeira colherá apenas a frustração; da segunda colherá a certeza de que quem porfia sempre alcança.

Motivos ponderáveis trouxeram-me para longe. Não foi uma escolha, foi uma decisão imposta pelas circunstâncias. A vida é o que é e nunca será o que gostaríamos que fosse.

O caminho é sempre fértil de encontros e desencontros, mas chegarão os caminheiros que resistem ao cansaço e ao desalento. É da Vida e a História comprova-o. Por isso, espero e desejo que persevere, sem desfalecimentos.

Até sempre!

Abraço.

José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 30 de Julho de 2013.

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