domingo, 3 de agosto de 2014

16 - NA ESTRADA DE DAMASCO * Condenação

Escultura de Rodin





Vestida de burel, entrevejo a manhã.

Nem luz e nem azul. Tão triste e pardacenta,

mal entra,

tão vaga e sem rumor, com pezinhos de lã…



Pela vidraça fria,

de lágrimas banhada,

apenas o palor duma melancolia

de orvalho desenhada.



Lá longe, a vida grita,

aflita…

Não há quem a socorra!

Que importa o sacrifício às portas do Jardim

e morra,

mais uma vez, Abel, a golpes de Caim?





José-Augusto de Carvalho
3 de Agosto de 2014.
Viana*Évora*Portugal

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