sábado, 2 de agosto de 2014

10 - CANTO REVELADO * Caminheiro


I

Sem antes nem depois, aqui estou.

Os ontens são um tempo já cumprido.

Os amanhãs, o tempo prometido

que ainda não chegou.



É hoje o tempo meu, o meu momento,

que para o bem e para o mal enfrento.



Não se recusa o tempo nem se adia.

No meu momento, sou

o tempo que chegou

e aqui me desafia.



É hoje o tempo meu, o meu momento,

que para o bem e para o mal enfrento.



Passivo ou actuante,

aqui me (in)determino.

Aqui, serei ou não de mim bastante.

No meu momento sou e me defino.



É hoje o tempo meu, o meu momento,

que para o bem e para o mal enfrento.



A pé e sem bagagem,

assumo esta viagem,

enquanto o tempo der…

Um dia, o torvelinho da voragem,

sequer no pó que houver,

o rasto fixará desta passagem.



II

No palco, nova cena, um outro personagem

virá representar,

talvez trazendo o sonho na bagagem

da sua caminhada eternizar…





José-Augusto de Carvalho
31 de Julho de 2014.
Viana*Évora*Portugal



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