CLAVE DE MI(M)
Vale ser!
Até ao derradeiro instante, vale ser.
Papoilas a sangrar alagam os adis.
Alturas de tontura e luz e ninguém diz
que neste chão há astros por colher…
Ai, que sabemos nós da maravilha
que medra e que se perde neste chão?
Por que dizemos nós sempre que não
se o pão se cumpre apenas na partilha?
Resiste a ceia antiga à sucessão
das noites e dos dias incumpridos…
São ritos e conflitos repetidos
enquanto p’la partilha espera o pão…
E a fome espera, espera e desespera…
E o pão já nem reclama p´la partilha!
Que tempo foi de apelo e maravilha
se nunca floresceu p’la primavera?
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Julho de 2020.
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