… e soltas as amarras, desfraldaste
as velas e rumaste ao Cabo Não.
O nada na bagagem. Nem levaste
um rubro cravo de recordação!...
Dobrado o Cabo Não, o Bojador,
de longe, te acenou, num desafio…
Idólatra de totens, o tambor
foi bússola e timão do desvario…
A mítica serpente que perdera
a graça da mãe Eva no pecado,
secava, agora, a flor que Abril trouxera…
...e a dádiva de Abril que florescera,
inerme, ao sol do campo abandonado,
ainda chora a morta Primavera…
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 12 de Junho de 2020
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