NA ESTRADA DE DAMASCO
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Assumpto
Carrego, desde a queda, a maldição de expulso.
Do mito que não fui à pena de banido,
a minha condição assumo em cada impulso
de ousar o desafio e dar-me algum sentido.
Os passos que já dei! Memória das estradas
de um tempo em construção. Derramo o sangue rubro
na aras das manhãs de angústias orvalhadas
onde sem medo sou e vivo me descubro.
E cada descoberta é uma porta aberta…
E, em cada porta aberta, o mesmo desafio
dizendo-me que sou assim desde o começo…
Imensa, a dimensão do todo me liberta.
Do círio ardendo sou telúrico o pavio
onde sem mito nem grilhão me reconheço.
José-Augusto de Carvalho
4 de Junho de 2019.
Alentejo * Portugal
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