NA PALAVRA É QUE VOU...,
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Os nacionalismos em Espanha são uma questão mal resolvida desde o princípio. Um após outro, os nacionalismos foram mal absorvidos pelo Reino de Leão, depois pelo Reino de Castela e Leão e finalmente pela união do Reino de Castela e Leão com o Reino de Aragão. Desta última união resultou a Espanha que conhecemos hoje, união ocorrida na segunda metade do século XV.
O centralismo de Madrid foi e continua sendo uma tentativa desesperada de lutar contra a identidade dos povos que integram o todo da Espanha.
A nossa Poetisa Natália Correia recordou certa vez a realidade da Península Ibérica: “Todos somos hispanos”. Ou iberos, digo eu. Mas todos sermos hispanos ou iberos é diferente de sermos todos espanhóis ou de todos reverenciarmos a identidade leonesa-castelhana.
A Catalunha integrava o antigo reino de Aragão.
A legitimidade reconhecida hoje a todos os povos de escolherem o seu destino colide frontalmente com a rigidez arcaica do Poder Espanhol. Um povo não está contra outro povo quando reclama o legítimo direito de escolher o seu destino sem tutelas.
Madrid está numa encruzilhada: ou aceita os legítimos anseios dos outros nacionalismos hispanos ou esmaga aquela legitimidade. E aqui chegados, a questão é outra: o confronto entre a força da razão e a razão da força.
A Espanha poderá ser uma Federação de Estados Independentes, voluntária e fraternalmente juntos numa caminhada comum.
Eu assumo a minha identidade de português e de hispano sem contradições nem complexos.
Cordialmente,
José-Augusto de Carvalho.
Alentejo, 3 de Novembro de 2017.
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