quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

30 - ...E CONTIGO EU MORRI NESSE DIA * O lenho envelhecido






O lenho envelhecido,

fendido e aqui e ali, está ferido.



A custo, mal resiste aos temporais.

E morre, nos teus olhos, de mansinho.

Mortiços, os sinais

dos faróis que lucilam sobre o mar

já não lhe sinalizam os caminhos

nem porto por achar.

O lenho envelhecido,

fendido e aqui e ali, está ferido.

.



Açoita a ventania!

Quebrado o leme, rotos os velames,

falazes são tentames,

falaz é a porfia.



Num turbilhão, as vagas cavalgando

irrompem num tropel…

Sem ter onde nem como nem quando

um cais para aportar,

afunda-se no mar de sal e fel.




José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 23 de Janeiro de 2015.


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