quinta-feira, 2 de outubro de 2014

03 - ESTA LIRA DE MIM!... * Malmequer/Bem-me-quer





Como se fosse um frágil malmequer,

meu peito despetalo sem perdão.

Doendo, em sangue, digo: bem-me-quer…

E a pétala, ferida, cai no chão.



E prosseguindo, digo: mal-me-quer...

Que sinto e quero assim em provação?

Inalo este perfume que me fere

num rito fantasmático e pagão.



E despetalo todo o malmequer.

Um manto agonizante cobre o chão.

Não mais nem malmequer nem bem-me-quer.



A tarde cai. Na mansa viração,

que aveludado afago de mulher

enxuga o pranto do meu coração?





José-Augusto de Carvalho
2 de Outubro de 2014.
Viana * Évora * Portugal




Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.