Lílian Maial / José-Augusto de Carvalho
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Se, por um lado,
já pintei e bordei,
amei, cuidei, doei,
tomei, abusei, fiz sorrir;
hoje, nada mais sei de cores,
nada entendo de amor ou família.
Passo as horas como um tom pastel,
à espreita, na janela,
entrecortada,
entre cortinas,
como parte da mobília.
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Quis sempre ser o lado
da cor e do perfume,
amar e ser amado,
ser acha e ser calor do mesmo lume.
Eu, hoje, quero ser o mesmo de ontem.
Olhar e perceber.
Os outros não me cansem nem me apontem
caminhos que eu recuso percorrer.
Os tempos do meu tempo… o tempo ousado!
O tempo de lutar, sofrer, morrer
será sempre o meu lado.
***
Julho de 2002
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